Em 5 de Outubro de 1905, na Rua Velha, em Avelar, num prédio que era já propriedade de José Augusto de Medeiros, Farmacêutico, abriu ao público a Farmácia Medeiros.
Nessa altura já existia no Avelar uma farmácia, a Farmácia Manso, pertencente a Alfredo Teodoro Simões Manso, sogro do médico José Pereira Barata. Foi na Farmácia Manso que, entre os 14 e os 17 anos, José Augusto de Medeiros completou a sua formação como ajudante técnico, conciliando ao mesmo tempo os estudos liceais.
Terminada a formação como ajudante técnico, Alfredo Teodoro Simões Manso, que era um homem bom, entendeu arranjar-lhe trabalho na farmácia das irmãs Gamas, localizada na Rua da Sofia, em Coimbra, onde ele, a par do seu trabalho, diurno, conseguiu, estudando à noite, concluir o curso dos Liceus (no Liceu José Falcão) e também o curso do Magistério Primário.
Após concluir o curso do Magistério Primário regressa à vila de Avelar e funda em Ansião uma escola primária, na qual foi professor. Apesar deste regresso, conseguiu iniciar e terminar o curso de Farmácia, na escola Médico-Cirúrgica da Universidade de Coimbra. Terminado o curso de Farmácia, em 1905, fundou a Farmácia Medeiros, na Rua Velha, como já foi referido. Em 1907 a farmácia foi transferida para um novo edifício, localizado na Praça Costa Rego, que José Augusto de Medeiros havia herdado de um Sacerdote, seu Padrinho, que lha havia prometido no caso de ele concluir o curso de professor ou de farmacêutico. Localização que se manteve até aos dias de hoje.
Para além do Farmacêutico competentíssimo e respeitado que era, nunca deixou de ser um político aguerrido, sério, lutador, frontal, procurando sempre bater-se pela implementação da democracia, da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Respeitava os seus adversários, combatendo-os com lealdade. Foi, por tudo isso, um cidadão exemplar.
Mais tarde, já casado, teve um filho, José Arménio Medeiros, que seguiu as suas pisadas, licenciando-se em Farmácia, mas que, para grande desgosto dos pais viria a falecer muito precocemente. Paralelamente, a ternura e amizade que nutria pelo filho, foi transferida para um sobrinho, José Emídio Medeiros, que havia criado como seu filho, uma vez que este havia ficado órfão de mãe muito novo.
Como o destino às vezes tem destes caprichos, esse sobrinho apaixonou-se por uma jovem estudante de Farmácia, Maria Alice David Abreu, que viria a preencher, em parte, os espaços afectivos e profissionais, que pareciam condenados a ficar desertos. Esta jovem Farmacêutica, iniciou, aos 23 anos, a sua actividade profissional no Avelar, e 10 anos depois, aquando do falecimento do Dr. José Augusto de Medeiros, tornou-se, por seu desejo expresso, a legal proprietária e directora técnica da Farmácia Medeiros. Cargos que ainda hoje exerce, com a excepcional e incansável ajuda dos seus netos e Farmacêuticos, Carolina Medeiros Vieira Marques e Francisco Pedro Pinto de Almeida.